Viagem fantástica espacial
Um submarino microscópico capaz de navegar no interior do corpo humano é uma
situação que a ficção científica já se incumbiu de tornarfamiliar para
a maior parte das pessoas.
Ainda que tal possibilidade esteja longe de se realizar,
pesquisadores resolveram avançar um pouco mais no conceito e adotar uma
alternativa mais afeita à "era espacial".
Os cientistas construíram um microfoguete capaz de se mover
em alta velocidade no interior de fluidos biológicos, como o sangue.
Mais do que isso: o corpo do microfoguete pode ser ajustado
para capturar células de diferentes tipos de câncer que estejam presentes naamostra de sangue.
Microfoguete rastreador de células
O microfoguete é revestido com anticorpos que aderem a
proteínas presentes na superfície das células de câncer.
Esses anticorpos são selecionados de acordo com a proteína que devem
alvejar, o que torna o conceito uma ferramenta altamente seletiva, capaz de
procurar por doenças específicas.
Para biocompatibilidade, evitando-se qualquer tipo de
contaminação, toda a parte externa do microfoguete é feita de ouro.
O combustível usado é o peróxido de hidrogênio. Um
revestimento de platina no interior do microfoguete serve como catalisador para
quebrar as moléculas do peróxido de hidrogênio em água e oxigênio - o
microfoguete é empurrado para a frente quando o oxigênio escapa pelo seu bocal.
Entre o revestimento interno de
platina e o corpo externo de ouro, há uma camada de ferro, que permite que os
pesquisadores dirijam o microfoguete usando um campo magnético externo.
Microrrobô
O microfoguete foi idealizado por Samuel Sanchez e seus
colegas do Instituto Leibniz, na Alemanha.
A equipe de Joseph Wang, da Universidade da
Califórnia, nos Estados Unidos, testou-o como caçador de células cancerosas,
dando-lhe uma funcionalidade que o transforma numa espécie de microrrobô.
O pequeno foguete foi testado em solução salina e no soro de
sangue humano, equipado para anticorpos para detectar células de três tipos de
câncer - gástrico, colorretal e pancreático.
O microrrobô apresentou uma eficiência de 70%, mostrando-se
capaz de continuar a se mover, embora mais lentamente, mesmo depois de capturar
suas células-alvo.
Por enquanto, o microrrobô se mostra promissor para a
análise de amostras de sangue ou outros fluidos humanos - como seu combustível,
o peróxido de hidrogênio, deve ser adicionado ao fluido onde ele deve navegar,
não seria possível seu uso diretamente no interior de um ser vivo.
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